Os desafios resultantes das transformações que marcam a sociedade em diferentes áreas, desde as tecnológicas às ambientais, passando pelas sociais, económicas, culturais, políticas e da saúde e bem-estar, têm um impacto visível nas universidades, exigindo delas respostas rápidas, adequadas e eficientes em todas as suas áreas de intervenção.
No ensino, não podemos ignorar a nova realidade online e as exigências que coloca em termos de uma aprendizagem digital inclusiva e da necessidade de apoio à produção de material multimédia de suporte ao trabalho, sem, contudo, esquecer as mais-valias do ensino presencial, nomeadamente, mas não só, ao nível do trabalho prático e experimental.
Em qualquer dos modelos, incluindo os formatos híbridos de formação, é relevante reforçar o vínculo ao ideário do Processo de Bolonha, valorizando a centralidade do estudante no processo de ensino/aprendizagem e consolidando um tipo de formação que promova o desenvolvimento de competências. Não esquecemos que o desenho de um novo modelo de ensino/aprendizagem, respondendo aos objetivos do desenvolvimento sustentável, tem de estar atento às novas tendências de modo a poder ser pioneiro na criação de novas unidade curriculares e no desenho de novos tipos de formação, o que pode implicar não só o recrutamento de novos docentes e investigadores capazes de promover esta mudança, mas também a formação dos recursos existentes, além de implicar a modernização e requalificação das estruturas físicas atuais. Além disso, será importante ter em conta a promoção de formações especializadas, não conferentes de grau académico, dirigidas a públicos-alvo específicos (técnicos de empresas e profissionais de saúde, por exemplo), contribuindo para a qualificação da sociedade, em geral, e do tecido empresarial da região, em particular, e para a atração de novos públicos. A internacionalização também tem um papel fundamental na melhoria da qualidade formativa proporcionada pela universidade, nomeadamente através de programas de mobilidade, pelo que deve ser estimulada.
Compromisso com a melhoria do ensino/aprendizagem: Defendemos a implementação de estratégias de ensino e aprendizagem que ofereçam uma experiência educativa semelhante às das melhores instituições internacionais, com um modelo de ensino centrado no estudante e inspirada pelas recentes investigações, acolhedora e respeitadora, de cariz multidisciplinar, realizada com recurso às modernas ferramentas tecnológicas, tendo como ponto de partida os grandes desafios da sociedade. Será igualmente necessário que sejam desenvolvidas formas efetivas de monitorizar e melhorar a qualidade do sistema de ensino. No contexto atual, onde o ensino online começa a ter um considerável relevo, será vantajoso valorizar a comunicação em língua portuguesa e oferecer formação de qualidade a diferentes países, aumentando a atratividade da UA e alargando a sua área de influência. Ao mesmo tempo, deve ser reforçada a oferta formativa em línguas estrangeiras aos estudantes da UA, preparando-os para os desafios de um mundo globalizado.
Compromisso com a sustentabilidade: Defendemos a criação de um plano onde esteja plasmada uma visão ambiciosa em termos de promoção efetiva da sustentabilidade, fixando metas claras para a sua concretização, como, por exemplo, programando a eliminação das emissões de carbono até 2030. Defendemos a necessidade urgente de envolver os membros da comunidade em atividades ligadas à sustentabilidade, incorporando abordagens sustentáveis e responsáveis em todas as nossas práticas, permitindo que cada um de nós contribua ativamente para um futuro saudável para nossa universidade e para o planeta. A UA deve ser um agente responsável que, em colaboração com as forças vivas da cidade e região, promova uma melhor qualidade de vida, construindo uma UA reconhecida pelo impacto positivo que tem na sociedade ao nível social, cultural, económico e ambiental.
Compromisso com a transformação digital: Aveiro e a região envolvente têm um assinalável potencial de inovação tecnológica nas componentes TIC, o que constitui um ambiente excelente para a investigação aplicada à sociedade, nas suas várias vertentes. A força e a diversidade empresarial da região é também conhecida e pode ser mais bem explorada. Neste contexto, a UA tem a oportunidade e a responsabilidade de intervir neste ambiente, contribuindo para o desenvolvimento desta região, tornando-a num verdadeiro centro de inovação nacional em tecnologias da informação, desde as comunicações até às aplicações e serviços, passando pelas tecnologias inovadoras estruturantes, como a cibersegurança, a inteligência artificial, e os sistemas de comunicação por satélite. Iniciativas como os Digital Innovation Hubs ou as Zonas Livres Tecnológicas ou Centros de Competências são oportunidades de grande impacto societal que a Universidade tem de explorar, afirmando-se como elemento transformador da sociedade.
Compromisso com as infraestruturas: Consideramos relevante a manutenção, renovação e atualização das infraestruturas existentes, com relevo para a componente laboratorial e outros espaços de investigação, além dos ambientes de ensino/aprendizagem, de modo a dar as melhores condições de trabalho a docentes e investigadores. Relativamente aos equipamentos desportivos, e em resultado de uma visão diferente do papel das Atividades Físicas e Desportivas na UA, numa lógica de promoção da saúde, qualidade de vida e bem-estar, mais abrangente do que a prática desportiva, com ou sem cariz competitivo, defendemos a elaboração de um plano estratégico, que amplie os contextos, formas e processos de envolvimento da comunidade nessas atividades, entendendo-as como fator identitário da UA, mobilizando para a sua prática elementos de toda a comunidade, independentemente do género, idade ou nível de aptidão física. Neste sentido, será relevante, entre outros aspetos, tirar partido dos espaços verdes nos campi, além de assumir parcerias estratégicas com outros organismos e entidades.